segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
Solidão Insana
Em meu passado revoltoso, fase de imensa solidão – humana -, lá sempre esteve minha amada e provavelmente única companhia, sim, um animal, e por ela estar lá hoje percebo que em épocas sombrias algo – por mais minucioso que seja – nos traz digamos que motivação. Olhando para o que acontecera, afirmo que a solidão nos leva a idéias insanas e a pensamentos fantasmagóricos.
Hoje, neste dia de ar primaveril e céu outonal, observando meu casal de pássaros, me sobrevém uma sensação de angústia, pois agora me são inspiradoras aquelas criaturas perfeitas, embora me agredindo - talvez por medo – as amo e sutilmente ironizo meus sentimentos de coração bom, afinal conheço meu íntimo e minhas reações infanto-psicóticas.
Uma loucura qualquer de um dia sórdido, minha dor, melancolia, ou qualquer coisa que me faça reagir insana e inconseqüente leva-me a repudiar minha torpe existência. Hoje, hoje refiro-me a mim como o prelúdio de uma vida conturbada e inquieta de uma mente não definida. Hoje não quero dar mais motivos de desencanto, liberte-me salve-me, ainda sinto o seu calor... distante.
Almas Fantasmais
Certa noite, quando a insônia me venceu, raivosa vesti-me e saí sem rumo. Não, não tinha planos para aquela maldita noite, caminhei por horas esperando que o dia nascesse e assim meus rotineiros afazeres, porém, aquela noite estendia-se como se fosse eterna, tornando-se cada vez mais débil. Continuava eu frenética e em busca de respostas – não havendo perguntas.
Quando minha jornada tornou-se ridícula e pondo-me a retornar, algo chamou minha atenção, no céu uma estrela de brilho purpúreo parecia mover-se de forma estranha, decidi ‘segui-la’. Minha suposição era verdadeira, a estrela servia-me como bússola para algum lugar a qual eu não conhecia. Prossegui até um parque – deserto – onde a estrela desapareceu, fiquei a procurá-la e novamente sem rumo percorri cada canto daquele local em busca do porque de eu estar lá, do motivo de algo haver-me conduzido para onde nada relevante existisse. Avistei então um lago semicristalino, causando-me uma sensação de paz, sentei em um banco que o beirava, fitei as flores caídas na água, observei então a lua, quando voltei meus olhos para o lago vi o reflexo de um homem, levantei-me e ele caminhou até mim – não mais havendo obstáculos entre nós. Olhamos-nos hipnotizados, os únicos movimentos presentes naquele momento eram o piscar de nossas pálpebras e nossa respiração. Aquele homem era inexpressivo, mas em seus olhos havia alma, alma que eu via alma que eu tocava.
Prosseguimos inertes, então o sol nasceu, as aves cantaram, as pessoas acordaram, continuamos ali parados, nossas almas, nossos agora fantasmas.
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