domingo, 19 de setembro de 2010
É incrível a capacidade que as pessoas têm de criticar. Estou exausta de receber comentários de quem não compreende a arte chamada literatura, e que não têm a mínima sensibilidade para entender que as pessoas expressam seus problemas cada um da sua maneira, então, antes de falar sobre o que não sabe -sentimentos alheios- julgue-se a si mesmo (:
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
Mentira
Quem sou eu que não tenho vida
Embora viva perambulando por esse mundo?
Quem sou que me fiz de coisas as quais não ouso dizer?
Nem por milhares de vidas antes vividas de marcantes erros
Nem todas chegariam aos pés do erro que sou.
Prossigo por essas ruas, na língua de cada desumano ignorante
Sábios tanto quanto a injustiça que prega filosofias vãs.
Eu sou o que todos negam e tentam disfarçar
A vergonha acreditada, a fera insaciável
Sou a mentira indomável.
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
Boneco de Porcelana
Coloquei-o na parte mais alta da minha estante
Eu costumava observá-lo com admiração
Enquanto ele estava lá, sem me ver
Sem nem me perceber
Com o tempo me tornei escrava de sua figura
Eu precisava observá-lo, mesmo sabendo que ele não me via
Eu necessitava da paz que ele me trazia
Apenas em vê-lo
Aos poucos, ele que era tão belo foi-se quebrando
Como toda a sua perfeição
Seus pedaços deixei pelos cantos
Para me lembrar do quanto ele era perfeito
Quando o seu maior defeito era não ter um coração
Eu costumava observá-lo com admiração
Enquanto ele estava lá, sem me ver
Sem nem me perceber
Com o tempo me tornei escrava de sua figura
Eu precisava observá-lo, mesmo sabendo que ele não me via
Eu necessitava da paz que ele me trazia
Apenas em vê-lo
Aos poucos, ele que era tão belo foi-se quebrando
Como toda a sua perfeição
Seus pedaços deixei pelos cantos
Para me lembrar do quanto ele era perfeito
Quando o seu maior defeito era não ter um coração
sexta-feira, 21 de maio de 2010
Quelques Minutes
Tirem-me daqui, ó pessoas que não me percebem.
Por que eu hei de querer ficar?
Retirem-me, retirem-se, retirem tudo...
Não mais quero ver nada hoje,
E talvez também não queira amanhã.
Começo a sentir saudade das horas livres entediantes,
Oh quem diria!
Sempre há do que reclamar ou sentir falta,
Se não fosse assim eu não seria eu.
E o universo? Ah, tantos outros insatisfeitos como – ou mais – que eu.
Preocupar-me com isso? Logo agora? Depois de meio terço de vida?
Rá! Pra lá com as suas idéias.
Se era ou não era? Deixa ser ou não, simplesmente,
Que o resto basta. Deixa também o resto bastar.
*Texto escrito depois de ler aproximadamente 60páginas de Fernando Pessoa.
quarta-feira, 31 de março de 2010
Eu Me Admiro
Eu me
admiro com a tua frieza
E com a
forma como teus olhos falam, em silêncio.
Eu me
admiro com teu humor inesperado
E com as
tuas palavras que me deixam sem graça,
Desajeitada,
corada e indefesa.
Me admiro
com a tua inteligência,
E muito mais
com as tuas bobagens.
Me admira
teu sorriso solto
E a
maneira com que passa a mão pelos cabelos em momentos de incerteza.
Me admira
tua invisível beleza, e como ela me atrai.
Cada
detalhe de tua face, cada pedaço de ti eu conheço,
Desde a
tua risada exacerbada
Até a
testa franzida, ou a gargalhada forçada.
Me admiro
com a tua força e fraqueza
Com a tua
calma e destreza.
Com teu
humor negro
Com teu
medo.
Admiro-me
mais com a raiva
Que tu me
fazes sentir de mim
Por não me
ter controlado
Por ter
arriscado e me entregado,
E muito
mais por ter te amado.
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
Egoísmo
E se te fores por culpa de meu egoísmo? E se me deixar sem alicerce? Se eu me ferir ou ficar doente, quem cuidará de mim? E se me machucarem psicologicamente, ou se eu tomar as decisões erradas? Quem me chamará quando eu não acordar? Quem me fará rir das coisas mais simples?
Por tanto tempo tenho dado mais importância a meus problemas que aos teus. Não, não me deixes. Permita que eu cuide de ti, permita-se cuidar-se.
Importe-se menos comigo, não mais sou uma criança. Permita que eu aprenda na dor e no erro, na obrigação. Deixe-me esquecer o que é importante até que eu aprenda a priorizar. Deixe-me sair sem rumo até que eu sinta saudade do caminho de volta...
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