quinta-feira, 18 de junho de 2009

Violência

Como vocês sabem, nasci em uma cidade pequena chamada Jaguari, com população de aproximadamente treze mil habitantes. Sou acostumada, portanto, com a tranquilidade e segurança de tal local onde se pode sair a qualquer horário sem preocupar-se com assaltos, violência... Nunca me espantei com as notícias - muitas vezes absurdas - sobre os acontecimentos nas cidades maiores. Em maio completou três anos desde a minha vinda para Porto Alegre e nunca fui surpreendida por alguma situação perigosa, porém, dois acontecimentos fizeram-me pensar e muito, não com medo, mas com preocupação. Se hoje está terrível, o que restará para meus filhos?

“Um vídeo com seis segundos de duração é a principal pista que a polícia tem para desvendar a morte de um office-boy, ocorrida na quarta-feira passada. João Batista Soriano da Silveira, 49 anos, foi morto a tiros no momento em que entrava em uma agência do Banrisul, no bairro Navegantes, em Porto Alegre [...] Na esquina das avenidas França e Farrapos...” (10/06)
Estudo no colégio Cândido José de Godói, na Rua França, uma quadra após o Banrisul. Neste dia almocei no colégio. O ponto de ônibus era outro, pois eu iria para o Lar onde fiz trabalho voluntário, então passei pela frente do banco, talvez uns quarenta minutos após o ocorrido - que foi próximo ao horário de saída dos colégios. Uma semana depois, e outro fato:
Uma lotação foi queimada na noite desta quarta-feira no bairro Humaitá, zona norte da Capital. A ação teria ocorrido em represália à morte de um jovem baleado pela Brigada Militar, na terça-feira, na região [...] Na Avenida A.J. Renner, um dos passageiros se levantou e com uma arma rendeu o motorista. Ele mandou o condutor parar na Rua Lima Barreto, onde outras duas pessoas o esperavam com um galão de material inflamável, provavelmente gasolina [...] O motorista, que não se feriu e preferiu não se identificar, disse que um dos criminosos explicou o motivo do vandalismo: a morte de Lucas Rizetti, 22 anos, que teria entrado em confronto com uma guarnição do Pelotão de Operação Especiais do 11º Batalhão de Polícia Militar na noite de terça-feira [...] Segundo o comandante do 11°BPM, major Sérgio Lemos Simões, o jovem tinha antecedentes por tráfico e tinha saído havia cerca de um mês do Presídio Central... (17/06)
Moro no bairro Humaitá, na Avenida A.J. Renner - cerca de umas cinco quadras de onde aconteceu este ato. É, façamos a nossa parte e que Deus seja por nós!

4 comentários:

  1. Oi, Micheli. Realmente nessas horas tu deve sentir falta da tranquilidade que existe nas cidades pequenas como Jaguari. Cidade pequena, sim, mas de gente grandiosa em espírito e bondade. A selva urbana é assim mesmo: há diversos espécimes, pessoas das mais variadas índoles. Por causa de uma vida menos humana, há tantos que também se tornam menos humanos e saem a cometer criminalidades e atacando a outras pessoas para assaltar, roubar, matar e satisfazer esse impulso de tomar aquilo que não tem através da violência.

    Da mesma forma, a imprensa acaba criando em nós a sensação de insegurança, como tu está sentindo agora. Se tu não soubesse de tais notícias, ocorridas em lugares próximos de ti, não estaria com essa intranquilidade. É certo que a propagação das notícias criminosas trazem a sensação de insegurança e medo para nós e de certeza da impunidade para os bandidos.

    Realmente, concordo contigo: que façamos nossa parte, seja buscando soluções como cidadãos ou apelando para Deus ou qualquer força divina. O mundo realmente está caótico com a falta de amor.

    Um fraterno abraço. Tu está escrevendo cada vez melhor. Na tua idade, escrevia metade do que tu escreve. Por isso, tenho certeza que em pouco tempo tu vai estar escrevendo o dobro do que eu sei. Tu é muito talentosa. Bjs mil

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