sábado, 15 de novembro de 2008

O Breve Conto

Madrugada repentina. Um sopro ardente em meu pescoço me desperta retirando-me de meus sonhos débeis, receei haver sentido mãos assediando meu corpo – agora seminu. Qual minha reação se não a de espanto ao ver-me solitária em meu quarto mesmo percebendo a presença de alguém ou alguma coisa que não me era possível decifrar, situação insólita. Desta vez um arrepio tomou conta de mim levando-me a extasiar de desejo em meio a algo desconhecido e sombriamente excitante, por um momento fechei meus olhos – mesmo assim podia enxergar – e então senti aquelas mesmas mãos, agora acariciando meu peito que tremia, eu ofegava e aquele ser me dominava – continuei sem o ver. Subitamente ele desaparecera, abri meus olhos e temi que fosse apenas mais um de meus sonhos tormentosos, porém desta vez eu o desejava - se fosse um sonho tornasse eu a sonhar - aquele ser conhecia meu âmago, minha alma e tudo o que em mim há. Ao passo de cada minuto meu desejo aumentava e quando eu já perdia as esperanças de que ele retornasse avistei um vulto inofensivo perante meu coração e vastamente maldito perante meus olhos, porém não era aquele ser que outrora me enlouquecera, era este uma mulher. Seus olhos de tonalidade cinza quase branco seu olhar gélido, contraditoriamente seu corpo era luxuriosamente quente. Sedutora e atraente aproximava-se de mim e conforme a distancia diminuía me era possível sentir seu corpo ardoroso provocando desejos de luxuriar-se a quem ela escolhesse como caça, pois seus olhos, ah seus olhos, mostravam suas intenções: sede de vingança. Era ela quem usa de seus truques para seduzir pessoas más, e, quando as têm em seu poder as faz sofrer por seus pecados. Quando o frio do olhar daquele ser já me era insuportável fechei meus olhos e ao abri-los, reconheci-me perante o espelho. Havia eu acordado.

Um comentário: